UIVANDO PELO MUNDO ...

Seja bem vindo ao Uivo da Loba

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segunda-feira, 24 de março de 2014

Quando as Palavras Saem pra Passear

Uivo da Loba


sobre uma pedra
no alto do despenhadeiro

ela observa o desenho
traçado pelo voo
das palavras

com a alma vazia
de vocábulos
agora é só
sentimento
se quisesse gritar
não poderia

venta forte
e ela lá
inerte e nua
posando de Afrodite

só os cabelos
é que dançam

sabe que sua sina
é enfrentar dragões
para acender o firmamento

por isso não foge de nada
nem do fogo que se
alastra nas entranhas

Bianca Velloso
http://poesiacotidianabia.blogspot.com.br/


domingo, 23 de março de 2014

Lilith Balangandã

Lilith Balangandã


Ponho o lenço do pescoço na cabeça
Molho os cabelos com calma
uma mulher é uma espécie de alma com enfeite 
Chega diante do espelho
adorna-se como uma árvore de natal
nem é natal
mas ela vai dar bola
Às vezes não varre o quintal
mas pinta as maçãs
blushes ruges
Às vezes não costura
mas realça cortinas
cílios rímel lápis
Às vezes não conserta as portas
mas pinta as bordas das janelas
pálpebras delineador sombra
Mulher é uma Eva encantada
de espalhar-se por fora
em paraíso
batom cintura tesão juízo
pulseiras brincos balangandãs
são seus sonhos de fachada
que repetem de dentro
que rondam a porta da casa
Invento de princesa

Durante todas as primaveras
um cardume de cinderelas
ainda insiste dentro dela.

Florescer

Florescer


Florescer – é Resultar – quem encontra uma flor
E a olha descuidadamente
Mal pode imaginar
O pequeno Pormenor

Que ajudou ao Incidente
Brilhante e complicado,
E depois oferecido, tal Borboleta,
Ao Meridiano –

Encher o Botão – opor-se ao Verme –
Obter o que de Orvalho tem direito –
Regular o Calor – escapar ao Vento –
Evitar a abelha que anda à espreita,

Não decepcionar a Grande Natureza
Que A espera nesse Dia –
Ser Flor é uma profunda
Responsabilidade -

ORIGINAL

Bloom - is Result - to meet a Flower
And casually glance
Would scarcely cause one to suspect
The minor Circumstance

Assisting in the Bright Affair
So intricately done
Then offered as a Butterfly
To the Meridian -

To pack the Bud - oppose the Worm -
Obtain its right of Dew -
Adjust the Heat - elude the Wind -
Escape the prowling Bee

Great Nature not to disappoint
Awaiting Her that Day -
To be a Flower, is profound
Responsibility


 EMILY DICKINSON
Tradução de João Ferreira Duarte
Relógio de Água, 19

Devia Morrer-se de Outra Maneira

Devia-se Morrer de Outra Maneira


Devia morrer-se de outra maneira.
Transformarmo-nos em fumo, por exemplo.
Ou em nuvens.
Quando nos sentíssemos cansados, fartos do mesmo sol
a fingir de novo todas as manhãs, convocaríamos
os amigos mais íntimos com um cartão de convite
para o ritual do Grande Desfazer: "Fulano de tal comunica 
a V. Exa. que vai transformar-se em nuvem hoje
às 9 horas. Traje de passeio".
E então, solenemente, com passos de reter tempo, fatos
escuros, olhos de lua de cerimônia, viríamos todos assistir
a despedida.
Apertos de mãos quentes. Ternura de calafrio.
"Adeus! Adeus!"
E, pouco a pouco, devagarinho, sem sofrimento,
numa lassidão de arrancar raízes...
(primeiro, os olhos... em seguida, os lábios... depois os cabelos... )
a carne, em vez de apodrecer, começaria a transfigurar-se
em fumo... tão leve... tão sutil... tão pòlen...
como aquela nuvem além (vêem?) — nesta tarde de outono
ainda tocada por um vento de lábios azuis...

Jose Gomes Ferreira

quinta-feira, 20 de março de 2014


Uivo da Loba

As minhas depressões talvez sejam 
as minhas metamorfoses:
É a maneira que eu tenho 
de passar de lagarta 
a crisálida.

São etapas de libertação.

António Alçada Baptista.
“Às vezes eu tenho vontade ser menos intensa, só pra poder entender como o resto do mundo aguenta essas coisas que me devoram permanentemente e de uma forma tão absurda...” 

Clarice Lispector
Clarice Lispector

segunda-feira, 17 de março de 2014

...dos seres abissais XII...

então,
contemplo assim
ao longe
seus mergulhos insanos
em águas profundas

entram em cavernas escuras
que os outros estremecem
só de intuir a existência

eles não...
são como cachalotes estupendos,
não podem ocultar
a sua natureza

vão e alimentam-se
em zonas proibidas aos comuns,
enfrentam os gigantes colossais dos mares
morrem e matam
todo santo dia...

quando voltam à superfície,
nadam soberanos
exibindo sua glória

a mim só cabe vê-los
admirá-los
amá-los com todo o meu ser
dizer-lhes, talvez...
que sei de suas lutas
seus medos
seu destemor
seu desespero por
vida!

que se um dia
quiserem disso falar
estou e estarei
bem aqui
à sua espera...

Eduardo Ramos
 — em dos seres abissais XII.


...dos seres abissais XII

domingo, 16 de março de 2014

Tão bom aqui

Tão bom aqui
Tão bom aqui

Me escondo no porão
para melhor aproveitar o dia
e seu plantel de cigarras.
Entrei aqui para rezar,
agradecer a Deus este conforto gigante.
Meu corpo velho descansa regalado,
tenho sono e posso dormir,
Tendo comido e bebido sem pagar.
O dia lá fora é quente,
a água na bilha é fresca,
acredito que sugestionamos elétrons.
Eu só quero saber do microcosmo,
O de tanta realidade que nem há.
Na partícula visível de poeira
Em onda invisível dança a luz.
Ao cheiro de café minhas narinas vibram,
Alguém vai me chamar.
Responderei amorosa,
Refeita de sono bom.
Fora que alguém me ama,
Eu nada sei de mim.

Adélia Prado

O Apanhador de Desperdícios

Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas.
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que as dos mísseis.
Tenho em mim esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor os meus silêncios.

Manoel de Barros
Desatino

Abismos

E, aquele que não morou nunca em seus próprios abismos nem andou em promiscuidade com os seus fantasmas, não foi marcado. Não será exposto às fraquezas, ao desalento, ao amor, ao poema.
Abismos

sábado, 15 de março de 2014

Beijo

Beijo


Não quero o primeiro beijo:
basta-me
o instante antes do beijo.
Quero-me
corpo ante o abismo,
terra no rasgão do sismo.
O lábio ardendo
entre tremor e temor,
o escurecer da luz
no desaguar dos corpos:
o amor
não tem depois.
Quero o vulcão
que na terra não toca:
o beijo antes de ser boca.

Mia Couto 

sexta-feira, 14 de março de 2014

Quem dá aos pobres empresta a Deus.

Quem dá aos pobres empresta a Deus

Sobre o poder da caridade, doação, doar-se ao próximo, alimentar as almas deste mundo seja com fé ou alimentos...
Infinitas vezes ao andar pelas ruas de São Paulo ou qualquer outro lugar do mundo onde haja desigualdade social, nos deparamos com a miséria, a fome e a desesperança, pessoas vagando sem rumo, sem lar, pessoas sim, que ninguém olha ou se olha faz questão de não enxergar.
Eu por muito tempo fiz junto com alguns amigos um sopão da caridade, este sopão era distribuído aos domingos em Santana, região norte de São Paulo, dia escolhido por ser o único em que nem a igreja nem as entidades de ajuda davam comida a essas pessoas e fome a gente sente todo dia né?
Não conto isso pra glória pessoal, mas sim por que nesse tempo aprendi muito, ouvi histórias fantásticas de gente que já teve um lar, já teve família, estudo, emprego e tudo o mais e foram para na rua por motivos diversos, desavenças, desilusões amorosas, desemprego e por consequência despejo e rua, drogas e álcool sinceramente era um número bem menor do que eu imaginava.
Nessa época em que fazíamos esse trabalho voluntário, eramos em 4 pessoas e não tínhamos a menor ideia de como faze-lo, apenas queríamos e muito ajudar ao próximo e essa foi a maneira que encontramos, deu medo afinal não sabíamos o que nos esperava nas ruas, como seriamos recebidos e como essas pessoas reagiriam a nós, digo que foi a experiência mais fantástica da minha vida, a cada prato de comida, os olhos daquelas pessoas se iluminavam, a alegria em seus rostos e as palavras de carinho que elas nos tratavam me comovia ao extremo da alma.
Tudo era muito além do que simplesmente alimentar alguém, era uma troca de energias, eles precisavam mais do que simples alimentos, eles queriam alguém que os ouvisse, que tivesse interesse real em suas vidas e suas histórias, que despisse os preconceitos e se vestisse apenas de coração e alma.
Eu cresci com aquelas pessoas, aprendi muito, chorei, rí , me emocionei e confesso que ganhei muito mais do que dei.
Voltava pra casa me sentindo leve, feliz, realizada por poder ajudar mesmo que minimamente alguém que precisava, eu era uma gota de esperança num mar de desolação, mas sentia que fazia alguma diferença pois podia pelo menos por um momento fazer alguém se sentir feliz.
Tenho saudades de dessa época em que aprendi que todos somos iguais, que todas as pessoas tem sonhos, desejam algo melhor pra suas vidas, que todos por pior que pareçam aos olhos da sociedade tem bondade em si, algum resto de humanidade que não ficou perdida na crueldade das ruas, algo que existe e que pode ser resgatado quando se consegue tocar outra vida humana sendo apenas humano.
Hoje não faço mais esse trabalho, mas encontrei outras maneiras de ajudar as pessoas que precisam, a minha maneira, encontre também a sua, garanto que será muito gratificante
Muitas pessoas querem ajudar ao próximo e dizem não saber como faze-lo, é simples, faça o que você puder, ajude da maneira que lhe couber, as vezes uma palavra amiga salva uma vida, um gesto, um sorriso alimentam o espirito e engrandecem o ser.
As vezes o teu nada é o muito de alguém então não pense que não pode ajudar , pode sim, todos podemos.
Quem dá ao pobres empresta a Deus.


Loba.

domingo, 9 de março de 2014

Poema Quinquagésimo Quarto(excerto)


Provo-me no teu sangue.
Nas tuas sílabas. 
Nos teus filhos. 
No teu medo. 
Mas é infinita a minha fome de ti.
Sou aquele que quer decifrar o enigma do teu corpo, escrever com o pólen do arco-íris o teu nome e os teus desejos de mulher.
Escolhi-te, pela prova do fogo e pela prova
da água.
O teu útero conhece a dor do alfabeto.


Joaquim Pessoa

in Guardar o fogo

A aranha, meu quarto e a parede.


Todo poema um agudo dentro,
um fosso,
a ferida aberta trágica,
uma flor arrancada dos espinhos.
A face de um Cristo emoldurada,
um desejo de fé,
uma saudade dobrada,
uma teia suspensa com uma aranha,
uma aranha pendurada, perdurada
a aranha a espera de ser alvejada
por mãos imensas.
Não mate a aranha, requer a escrita.
Não desvulcanize a aranha em seu devagar
exercício de existência.
Onde a morte a liberta do tapa da vida,
ela constrói uma nova gravidade.
E cai, teia, feia, forte, elástica, corcunda.
E é poema, um grave som de felicidade.
Feito.

Patricia Porto

Uivo da Loba

Quem Anda nos Meus Olhos

Uivo da Loba

Quem anda nos meus olhos
A querer salvar o mundo
Com espadas de lágrimas? 

És tu D. Quixote, e vou matar-te.

Quem anda na minha sombra
A arrastar a armadura negra
Do Cavaleiro da Resignação

És tu D. Quixote, e vou matar-te.

Quem anda na minha alma
A querer estrangular gigantes
Com mãos de adormecer lírios ?

És tu D. Quixote, e vou matar-te.

Quem anda na minha ira
A enterrar punhais de solidão
Nos monstros dos Desvios Nevoentos?

És tu D. Quixote , e vou matar-te.

Quem anda no meu sonho
A ressuscitar filhos mortos nos regaços,
Para morrerem outra vez de fome?

És tu D. Quixote, e vou matar-te.

Quem anda na minha voz,
A iludir-me de clangores de peleja
Na cidade dos inimigos trocados?

És tu D. Quixote, e vou matar-te.

Sim, matar-te
Para nunca mais sentir na cara
o frio de lâmina das tuas lágrimas

E ficar diante da vida,
Terrível e seco
De mãos nuas
- à espera de outras mãos de algum dia,
Suadas da camaradagem do mundo novo.

José Gomes Ferreira

UM AMOR VIRTUREAL

Eu mudei.
Mudei a casa, mudei o guarda roupa, mudei meu cabelo, mudei de país, mudei minha vida.
Não foi fácil, quem me conhece a tempos sabe das minhas lutas e perdas nos últimos anos, mas eu sobrevivi, mais uma vez fui ao fundo do poço e depois de engolir toda a água e quase morrer eu retornei a vida e resolvi continuar.
Chorei muito tempo, achei que com a morte do meu marido tão jovem a vida tinha acabado pra mim, fiquei sem ele, com uma filha especial pra criar, contas a pagar e não eram poucas e sem apoio de familiares, apenas poucos amigos estiveram presente nesse meu renascimento, o que seria de mim que tinha passado os últimos 17 anos na zona de conforto? Logo eu, que fora tão amada e protegida durante tantos anos, estava agora a deriva como um barco em mar revolto e não sabia nadar...
Mas como dizem Deus tem sempre um plano pra nós...
Um dia navegando pelo fb vi um comentário no post de um amigo e resolvi xeretar quem era aquele homem bonito que havia escrito o comentário, meu coração disparou, me assustei com aquilo, como, como poderia estar com o coração aos pulos por um homem que eu nem conhecia, eu que ha tão pouco tempo tinha ficado viúva, como? Loucura pensei, olhei o perfil, solteiro, Angolano, morador no Algarve em Portugal, ri... claro que deveria ser mentira aquilo, um homem como aquele solteiro, bem mas isso também não me dizia respeito, apesar do nó na garganta e o arfar do peito fugi literalmente,  fugi ás pressas daquele devaneio tolo e a sensação que me invadiu.
Mas como a vida é surpreendente, logo a seguir, passado alguns dias esse meu amigo me convidou a participar de um grupo de Jazz, blues e rock no fb e eu aceitei, qual não foi minha surpresa ao receber as boas vindas "dele" no grupo, dele sim, do homem desconhecido que fez meu coração bater mais forte, eu não podia acreditar naquilo, entrei em desespero mas ao mesmo tempo fui tomada por uma avassaladora emoção, aquilo queria dizer algo, era a vida se renovando e mostrando que ainda haveria muita coisa pra ser vivida.
Começamos a nos conhecer, mensagem pra cá e pra lá, depois de algum tempo Skipe, mas ficamos mais de um mês sem que ele se mostrasse pra mim, apenas escutava sua voz, ele também tinha medo...
Até que finalmente no fim do ano de 2011 eu já completamente apaixonada começamos a nos ver e a namorar pela internet, namoramos um ano inteiro sem nunca termos nos tocado, nos apaixonamos, brigamos, o skipe ficava ligado 24hs por dia e nós juntos e separados, coisa de maluco podem dizer, mas quem ama nunca é normal.
Em Janeiro de 2013 vim a Portugal conhece-lo (ele por motivos particulares não pode se ausentar de casa), Portugal sempre foi o quintal de casa mas dessa vez estava vindo encontrar o meu amor, a pessoa que fez eu acreditar que poderia ser feliz de novo.
Foi maravilhoso, ficamos 18 dias juntos passeando e vivendo essa emoção que é estar amando uma pessoa e poder finalmente concretizar esse sentimento lindo.
Bem estamos juntos até hoje, voltei ao Brasil resolvi tudo o que precisava, fiz as malas, fechei a casa e junto com minha filha voei pra Portugal.
Hoje passados 9 meses que estou morando aqui só posso dizer que valeu a pena, claro que nem tudo são flores, estou longe dos meus amigos, longe do Brasil que eu amo, moro com  minha sogra, a adaptação é difícil pois somos brasileiros e estamos acostumados a "bagunça e alegria" todos os dias do ano, mas estou feliz, ainda tenho pedaços fragmentados que talvez nunca irão se juntar novamente, mas a certeza de ser amada e ter alguém que eu sei que faz tudo pra me ver feliz e a minha filha, faz eu ter a esperança renovada.
Carlos é um homem maravilhoso, bom de coração e de caráter, eu o amo e ele me ama e isso me basta.
Pra quem não acredita que Deus tenha um plano pra nós, Ele tem sim, e Ele tinha um pra mim, só não sabia que gora Ele tinha se modernizado e também usava a internet pra realizar Sua vontade! Rsrsrsrsr
Essa é a história de uma nova chance, um novo amor e uma nova vida que esta acontecendo, ainda há muito caminho a percorrer e muita coisa pra ser vivida por nós.
Quanto aos amores virtuais podem ser perigosos sim, mas quando as coisas tem que dar certo o universo inteiro conspira a favor.
A vida é pra aqueles que se atrevem a vive-la!

Bjuivos no coração.

Um amor virtureal
Loba


sexta-feira, 7 de março de 2014

Uma Reflexão Pessoal sobre o Dia Internacional da Mulher

Uma Reflexão Pessoal sobre o Dia Internacional da Mulher

Nesta véspera do dia Internacional da Mulher gostaria de não me ater ao lastimável fato ocorrido com as trabalhadoras americanas em 8 de Março de 1857, onde resultou na morte de 130 tecelãs num ato horrendo e desumano, isso todos nós já sabemos, o que quero é fazer uma reflexão do que isso representou pra nós.
O mundo evoluiu muito desde aquele fatídico dia, mas a cabeça da mulheres realmente mudou?
Trabalhamos mais, temos turnos triplicados em multifunções dentro e fora de casa, vivemos numa ditadura da moda, escravizadas pela mídia que impõe regras rígidas de como ser desta ou daquela maneira, passamos a vida em dietas malucas pra seguir o padrão de beleza de estilistas desumanos que apenas querem "cabides" para expor suas criações, parimos filhos, parimos "homens" alimentamos o mundo, limpamos a sujeira dele e continuamos a nos digladiar como feras umas contra as outras quando enxergamos na outra o reflexo daquilo que não queremos ver nem aceitar em nós mesmas.
Jamais dominaremos o mundo pois não conseguimos dominar nem os nossos instintos mais primitivos, não conseguimos olhar pra outra mulher sem vê-la como uma inimiga em potencial e quando esta nos parece mais frágil do que nós, não perdemos a oportunidade de pisa-la, humilhando e desdenhando por ser magra, gorda, alta, bonita, feia, esquecemos que somos todas filhas do mesmo Deus, todas temos o direito a felicidade, esquecemos o princípio básico que se chama respeito ao próximo, e o próximo é todo o ser vivo
 além de nós e do nosso umbigo.
Reflito e me entristeço sabendo que não conseguimos superar a nossa própria insegurança apesar de quase termos conquistado tudo ao nosso redor, deixamos nos sub julgar nos colocando na posição de objeto, obedecemos cegamente os imposições da mídia que cria mulheres fruta, mulheres bomba, mulheres infelizes que continuam a ser escravizadas sexualmente num tráfico desonroso delapidando os valores morais.
Sei que muitas vão discordar de mim, vão me achar talvez um pouco reacionária e radical, mas exponho o que penso, grito o que me vem na alma.
Vamos honrar a luta dessas mulheres mártires de 1857, vamos mudar o mundo, nosso mundo, vamos mudar nossa mentalidade, nos respeitar, evoluir como seres humanos e aprender que todas nós mulheres somos lindas, todas nós somos o útero do mundo, parimos nossos filhos, nosso maridos, nosso algozes e nossos amores, somos o centro do universo, a força da criação e fomos todas paridas pelo útero da grande Mãe Terra.
Feliz dia internacional da Mulher pra todas nós!

Valéria Russo(Loba)
Dia Internacional da Mulher

E AS LOUCAS HORAS

NÃO COMPRE ANIMAIS, ADOTE!!!BICHO É TUDO DE BOM .

NÃO COMPRE ANIMAIS, ADOTE!!!BICHO É TUDO DE BOM .