Vago a esmo na noite erma
No pescoço a guia de Zé
No pulso, figa de Guiné
Um cão passa afobado
O gato mia do telhado
Passos ecoam os meus
Arrepio
Malignos ruídos
Vejo um vulto
Ouço o gemido
Ranger de dentes
Olhos que espreitam
Sussurros desesperados
No bafo da noite
Sinto-lhe o hálito
Aperto o passo
Busco espaço
Preparo o golpe
Ancestral
gingo
Algo me toca
Corpo bamboleia
Saio no rolê
Ele me alcança
Toma meu corpo
No chão me lança
Embolo
Rolo
E o tiro pra dança
Caio
Levanto
Caio
Levanto
Preso no seu abraço
Ouço o sussurro
Violando meus ouvidos
Hoje, você virá comigo!
Uma gargalhada rompe na escuridão
Maria Caveira vem em proteção
Filho meu não morre em vão
No abismo onde nada floresce
É lá onde habita o cão
Vá de retro assombração
Eu devia ter ouvido aquela bruxa
Quando me fez a revelação
Pedindo resguardo e precaução
Escapei da calunga
Amanhã, talvez não!
Valéria Russo
Loba
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Desafio de halloween da pág do Ariel.
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